Minhas impressões sobre a CasaCor São Paulo 2019
- Juliana Guidolin Perrenoud
- 31 de jul. de 2019
- 3 min de leitura
Atualizado: 7 de ago. de 2019
O verde sai um pouco de cena e dá lugar a tons neutros, madeiras e ambientes em "caixas"

Uma das maiores, se não a maior mostra de decorações do país, a CasaCor SP está em sua 33ª edição e aposta em ambientes conceituais, uma espécie de desfile de moda do mundo da decoração.
São mais de 80 ambientes, distribuídos no imenso Jockey Club de São Paulo (se quiser visitar, vá de tênis – maravilhosa moda essa de tênis para mulheres), que ficarão expostos até o próximo domingo, dia 4 de agosto.

Desde ontem, 31, alguns produtos da mostra entraram em “sale”, então é a “oportunidade” de comprar aquela luminária que você ama de 15 mil por apenas 8 mil, ou a poltrona por apenas 6X 399... Enfim, coisa pra gente ryca.
Olha lá a luminária que eu amo de 14.800 por 7.400... im-per-dí-vel! Sério, gente, isso que é design, olha que linda!
Acho que até por isso a CasaCor estava bem lotada, especialmente após as 14h30 (chegamos 12h15, os portões abrem às 12h). Talvez as pessoas não tinham a noção dos valores, ou talvez só a gente seja pobre mesmo (perdão, Deus, sei que não sou pobre pobre) e tá cheio de gente rica no mundo que foi lá pra aproveitar os descontos.
É meu terceiro ano visitando a CasaCor e confesso que esse foi a vez que menos me impressionou. Senti falta de nomes como Dado Castelobranco, Roberto Migotto (dois ambientes que AMEI ano passado), e estou cansada dos ambientes sempre meio parecidos da Débora Aguiar (10 anos atrás, na minha primeira visita, me apaixonei pelo trabalho dela. Hoje acho tudo muito monocromático e “quadradinho” demais).


Se no ano passado o verde dominou a mostra, tanto nas plantas inseridas nos projetos, quanto nas escolhas de móveis e revestimentos, este ano ele apareceu mais tímido (mas ainda bastante presente), misturado a elementos naturais.
Os ambientes voltaram a uma neutralidade quase monótona. Claro que há exceções:

Mais da Casa das Sibipirunas: à sombra das árvores, a casa é toda coberta por vidro e por pérgolas de gesso. Tanto a bancada da cozinha, quanto do banheiro, seguem uma linha orgânica e o desenho das pedras, a mesma usada em todo o piso:

Abaixo, mais um exemplo do uso de materiais naturais e claros, de forma bem sucedida. Casa Moysés, da TRiART Arquitetura.
O uso de “caixas” ficou bem evidente, e aquela tendência do ano passado de levar as madeiras do piso ao teto se repetiram.
Caixa aqui, caixa acolá, caixa até dentro da caixa...
Falando nisso, vou aproveitar para entrar no espaço que achei o ponto alto do evento: a casa Lite, do arquiteto Duda Porto. Executada em apenas 40 dias, de forma limpa e sustentável, além de linda, ela nos faz repensar o morar moderno. A casa permite ser desmontada e montada em outro ambiente, é modular e pode ser ampliada ou reduzida quando a família achar necessário. A decoração, cheia de móveis de designers renomados, nos faz querer nos mudar imediatamente para o local. Moraria com certeza!


Quem quiser saber mais sobre esse projeto, só clicar no link do ArchDaily.
Outro elemento bastante presente foi o couro: especialmente em poltronas e sofás, mas também em paredes camurça.

Agora, uma queixa aos senhores arquitetos/designer, sei que é uma mostra de decoração, mas custa colocar nos lofts em conceito aberto, portas nos banheiros? Dá impressão que ninguém pode usar o banheiro nesses lugares!
Tem muuuuito mais pra dizer, como o uso das minhas queridíssimas cadeiras Girafa, da Lina Bo Bardi em vários ambientes, alguns pássaros Eames (nesse ano em número muito menor que do passado), os Moschino Toy, entre outros, mas o texto já está longo demais...
Bom, é isso, espero que tenham gostado. E aí, já visitaram a Casa Cor? Qual a impressão de vocês?
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