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Como ter uma casa de revista?

  • Foto do escritor: Juliana Guidolin Perrenoud
    Juliana Guidolin Perrenoud
  • 7 de ago. de 2019
  • 3 min de leitura

Essa foi uma pergunta feita uma vez por uma amiga muito querida. À época, estava no início do meu curso técnico de design de interiores e confesso que não soube responder. Hoje, 2 anos depois, posso arriscar uma resposta (não sem a possibilidade de estar errada, pois a “casa de revista “ é muito pessoal).

Explico: pra mim, uns 10 anos atrás uma casa de revista era isso:


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Débora Aguiar, clean, simétrico, clean, claro, já disse clean? Lindo, né? E de revista...

Depois de ter estudado esse cara aqui:

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Sig Bergamin, o cara é um artista, mas não é pra mim...

Aliás, o Sig é muito importante para o Design porque ele comprova que tudo é possível, desde que se estude o ambiente. Você pode dizer qualquer coisa da foto acima, menos que é feio. Pode ser carregado, mas feio não é.


Hoje está mais pra isso:


Carol Miluzzi, (siga ela aqui), bem lindo, né?


Embora a busca pela casa de revista possa ter vários caminhos, de uma coisa eu tenho certeza: a chance de dar certo e ter uma casa bacana com um profissional por trás é muito maior do que de quem resolve bancar uma decoração solo (a não ser que a pessoa seja um prodígio da decoração, autodidata, casos raros).

Por mais que você seja uma pessoa esforçada, você corre o risco de ficar com uma casa assim:

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Ou assim:

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E com objetos desse tipo:


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https://casaeconstrucao.org/decoracao/decoracao-faca-voce-mesmo/

Nada contra, mas percebe a diferença?


A primeira coisa que se deve ter em mente é que a casa da revista é estática e, a menos que você more sozinho e tenha hábitos esquisitos de limpeza diária, sua casa não será assim.


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A Monica Geller que habita em mim saúda a Monica Geller que habita em você

A segunda é que não tem como ter uma casa de revista sem um orçamento definido pra isso. Isso quer dizer que, ao contratar um profissional, você não pode dizer que tem zero reais pra investir em decoração. Ninguém consegue decorar um ambiente sem dinheiro nenhum. Tudo tem seu preço, mas isso não quer dizer que você deva gastar um rio de dinheiro pra conseguir ter um ambiente bonito e funcional. Significa que você precisa de planejamento. E nisso um profissional pode ajudar muito.


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Você vai ter que desembolsar 22 mil reais se quiser ter uma poltrona Mole, do brasileiro Sérgio Rodrigues usada

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Mas cerca de apenas 100 reais em uma fofura do design Moderno, a Eiffel, de Ray e Charles Eames

Ao fazer uma obra, ou reformar, ou apenas redecorar, essa será uma etapa importante: definir quanto de orçamento você tem e o que será colocado em cada fase da construção/reforma. Advinha quem pode te ajudar com isso? Exatamente! Um profissional.

Ele vai te auxiliar, também, a esclarecer a funcionalidade do ambiente, descobrir qual estilo se aproxima do seu, definir tipo de iluminação para cada local de acordo com seu uso, os pisos e revestimentos adequados para cada área, enfim, vai estudar muito pra chegar a um resultado final.


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Esse é um painel semântico criado pelo Paulo Barbosa (meu professor) para um cliente. Pensa em um trabalho... e é apenas uma partezinha do estudo que é feito. O IG profissional do Paulo é santa04arquiteturaeinteriores e está acessível clicando na foto

Faz parte do desenvolvimento do projeto a definição de estilo, paleta de cores, estudo do ambiente projetando vários layouts (disposição dos móveis), estudo de paginação dos pisos e revestimentos (sabe aquele banheiro da sua tia que começa com o piso recortado bem na porta? Então, a paginação evita essas coisas), escolha de iluminação, entre outras coisas que podem ser contratadas ou não.


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A mão do toc chega a tremer com essa paginação...

Um designer de interiores ou um arquiteto irá passar dias, meses, dedicado ao seu ambiente/casa/consultório/comércio, e, assim como um aluno que estuda bastante para uma prova tem mais chance de sucesso, ele irá trazer soluções menos óbvias e mais originais para o seu espaço.


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Isso sim é um quarto de revista! Perceba como o arquiteto Duda Porto trabalha com as diferentes tonalidades de cinza (50 tons? rs), com a madeira no teto e no piso para aquecer o ambiente, a pedra na parede da cabeceira, modificando seu uso mais costumeiro (no piso), também com tom de cinza. Ele também usa das texturas, como veludos e outros tecidos, para trazer aconchego.

Concluindo, não adianta colocar móveis grifados, gastar uma fortuna em uma poltrona Mole na recepção de um consultório geriátrico em que um idoso vai precisar de um guincho pra levantar, encher o ambiente de cadeiras Eames em uma rotisserie (elas só suportam até 120 kg e envergam com o tempo), escolher uma linda paleta cinza e rosa em uma academia de ginástica (que precisa de cores que tragam energia), colocar vários objetos desconexos e que não "conversam" com o ambiente, e mais um tanto de outras coisas que só quem estudou sabe. E pra você, o que é uma casa de revista? Pedi para duas colegas opinarem sobre isso, assim que tivermos o texto (ou vídeo), posto pra vocês!

 
 
 

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